Categories
coffee

Riding the waves of Coffee

Did you know coffee has waves? Understand changes in global culture brought about by coffee.

PT-BR version here

Coffee is not an ocean, but let’s stick with this concept where the world is flooded by cultural changes, like a wave. Broadly speaking, the coffee evolution and all its supply chain is split by professionals in waves. Currently there are three – although some are already talking about a fourth one, let’s keep the basics for now.

The first wave began when coffee became a commodity – in other words, at the onset of large-scale production when it could be effectively stored. In the 1800s people devised a formula to provide an energetic kick – the pure functionally of caffeine. Coffee then became an essential item. Convenience and accessibility were the key points of the first wave – with quality not yet forming part of the equation. Instant coffee was the star of those days.

Nescafé

The second wave emerged in the 1970s as a natural and needed advancement in quality. Coffee started to be thought of as an experience, not solely as a liquid solution to groggy mornings. The rapid rise of Starbucks brought with it a new way to consume coffee, in a trendy setting and with a product perceived as being higher quality than those that came before it.

Starbucks, Seattle – 1971

Latte, espresso, and french press came to form part of a new vocabulary for consumers. An expansion of coffee shop chains all over the world led to the creation of hundreds of new coffee-based beverages – Hello frappuccino!

The coffee shop became a space for social interaction, with new focus being placed on elements to improve this experience, such as architectural and interior design enhancements. These ideas helped to make the environment more comfortable and inviting for the consumer.

Finally, we arrive at the third wave. Coffee now has a clearer identity. At this stage, the entire supply chain gains better relevancy and recognition for its role in the production process. What was previously merely a dark brown bean becomes the focus of study and dissection “from seed to cup”.

Its place of origin, where it was grown and harvested, how much was paid for it, how it was roasted and who roasted it, all became important points. The list of processing enhancements is almost endless during this tsunami-like wave for coffee. Coffee professionals also play a fundamental role in this expansion and the role of the barista has gained new relevancy in the world of the coffee shop. New methods and forms of roasting have emerged – ignoring any dark roasted coffee – rising beyond the traditions of coffee making in the past, to elevate coffee to a taste and quality level previously rendered unthinkable by poor production and preparation methods.

The choppy seas which we now navigate are conjuring a rise in Specialty coffee. But that’s for another article, and another time. One to be written after a great cup of coffee to recuperate from this flood of information. Until next time!


versão em portugês variante brasileira

Surfando nas ondas do café

Você sabia que o café tem ondas? Entenda as mudanças na cultura global provocadas pelo café.

Café não é um oceano, mas ficamos com essa metáfora de que o mundo é levado pelas mudanças culturais, como as ondas do mar. Em termos gerais, a evolução do café e toda sua cadeia de valores é dividida pelos profissionais como ondas. Atualmente, há três – apesar de já se falarem em uma quarta, ficaremos com o básico por agora.

A primeira onda começa quando o café torna-se uma commodity – em outras palavras, é possível produzí-lo em larga escala e efetivamente estocá-lo. Nos anos de 1800s, as pessoas buscavam a fórmula para aquele impulso energético – a pura funcionalidade da cafeína. Assim, o café torna-se um ítem essencial. Conveniência e acessibilidade são os pontos chave na primeira onda – a qualidade ainda não fazia parte dessa equação – e o café instantâneo é o grande representante desses tempos. 

A segunda onda emerge nos anos de 1970 como um avanço natural e necessário na qualidade. O café começa a ser pensado como uma experiência, não apenas como uma solução líquida para o despertar das manhãs mais difíceis. A rápida ascensão da Starbucks trouxe junto uma nova forma de consumir café: um ambiente mais moderno associado a uma percepção de uma bebida de maior qualidade, quando comparado ao que vinha se bebendo até então.

Latte, espresso, french press tornam-se parte do novo vocabulário desses consumidores. A expansão do modelo de negócio das cadeias de cafeteria em todo o mundo levou a criação de novas bebidas à base de café – Olá, frappuccino!

A cafeteria transforma-se no espaço de interação social, como novo foco em elementos que podem aprimorar essa experiência, tais como projeto arquitetônico e design interior. Esses conceitos ajudaram a tornar o espaço mais confortável e convidativo para o consumidor.

E finalmente entramos na terceira onda. O Café agora tem uma clara identidade. Nesse estágio, toda a cadeia de valor ganha uma maior relevância e reconhecimento do seu papel no processo produtivo. O que era visto apenas como um líquido marrom escuro agora torna-se foco de estudo e é dissecado da semente até a xícara.

Seu local de origem, a fazenda ou a família que o cultivou, como foi colhido, o quanto foi pago por ele, como e quem o torrou, tornam-se pontos importantes. A lista desses aprimoramentos é quase que infinita nessa tsunami trazida por essa onda. Os profissionais do café também têm um papel fundamental nessa alargamento e o ofício do barista ganha maior relevância no mundo das cafeterias. Novos métodos de preparo além dos já tradicionais e um cuidado maior na torra do café – esqueça aquelas torras mais escuras quase carbonizadas – destacam  e enaltecem os mais variados sabores, aromas e níveis de qualidade, impensáveis anteriormente, dado os métodos inadequados de produção e preparo.

E é nesse mar de águas agitadas no qual navegamos que emerge o Café Especial [especialidade na grafia européia]. Mas isso é tema para o próximo artigo a ser escrito com uma grande xícara de café ao lado para nos recuperarmos dessa inundação de informações. Até breve.